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Professora cria mural em hospital do AC com mensagens positivas durante tratamento contra a Covid-19


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A professora Elisângela Cavalcante, de 47 anos, montou um cantinho super especial para motivar outros pacientes enquanto estava internada com Covid-19 no Hospital de Campanha (HCamp) de Rio Branco, no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into). Em uma parede do leito, ela escreveu mensagens de incentivo, carinho e amor para os pacientes e servidores.

No ‘cantinho do amor’, como foi batizado, os colegas de leito e servidores que cuidaram da professora também deixaram depoimentos, relatos e agradecimentos. Elisângela se internou no dia 20 de maio após apresentar piora no quadro de saúde.

Ela foi diagnosticada com doença dois dias antes. Após fazer uma tomografia e saber que estava com 30% do pulmão comprometido, a professora deu entrada no Into-AC para se tratar. Elisângela mora em Rio Branco e trabalha em uma escola da zona rural do Bujari, no interior.

Após três sessões de Ventilação Não Evasiva (VNI), noites sem conseguir dormir direito e o coração cheio de novas amizades, Elisângela deixou a unidade de saúde, no dia 31 de maio, e foi para casa continuar o tratamento.

O painel ficou montado no leito para que outros pacientes lessem as frases e depoimentos e tivessem força para também vencer a doença.

“Meu objetivo em criar o cantinho de amor foi quebrar o paradigma das pessoas aqui fora em relação ao hospital Hcamp e aos profissionais, motivar a equipe e pacientes que podemos criar nosso espaço e torná-lo bem melhor. Foi motivar a vencer o medo e a nós mesmos. Acreditando sempre em Deus, na fé e nas pessoas. E que o amor é fundamental para nossa recuperação”, contou a professora.

 

Professora disse que pensou nos familiares, amigos e alunos como incentivo para vencer a Covid-19 — Foto: Arquivo pessoal

Professora disse que pensou nos familiares, amigos e alunos como incentivo para vencer a Covid-19 — Foto: Arquivo pessoal

Motivação

Elisângela pensou em escrever sobre a internação enquanto fazia as sessões de VNI. Com medo do procedimento, ela pensava nos familiares, nos pais que morreram antes da pandemia, da filha que aguardava sua saída ansiosamente, dos alunos que sempre fez questão de motivar e dos amigos para vencer a doença e sair logo dali.

Ela recordou também que o pai escreveu um livro antes de morrer, mas não teve tempo de publicar. Apaixonado pelas palavras, o idoso aconselhou a filha a sempre escrever e, assim, Elisângela decidiu colocar no papel o que estava passando quando voltasse para o leito.

“Percebi que os pacientes se isolam nos leitos, que tem apenas uma cortina. Acho que ficam com medo mesmo, mas não tenho muita vergonha de ficar à vontade. Pensei qual estratégia poderia usar para manter sempre alguém conversando comigo. Falei que iria deixar minha cortina sempre aberta. Na volta pro leito, minha filha mandou uma foto dela comigo”, recordou.

O painel começou com a colagem de uma foto de Elisângela com a filha — Foto: Arquivo pessoal

O painel começou com a colagem de uma foto de Elisângela com a filha — Foto: Arquivo pessoal

A professora pediu um pedaço de papel e caneta para uma das servidoras para fazer os recadinhos no painel. A foto da filha foi colocada na parede também para que Elisângela ficasse olhando para ela enquanto estava deitada. Assim, sempre que alguém passava perto da parede, parava e perguntava quem era e começava a conversar com a professora.

“Queria fazer um agradecimento às pessoas que estiveram comigo, alguma forma de envolver e fazer os outros pacientes se motivarem. Denominei como cantinho de amor. Todo mundo que entrava eu apresentava, falava que ali não podia ter pensamentos negativos, tinham que pensar em coisa boa, e falei que tinha um espaço para acrescentar palavras motivadoras”, explicou.

E assim, o cantinho do amor foi ganhando mais frases, palavras e gestos de carinho. Quando Elisângela recebeu alta médica, o painel tinha o nome de todos os profissionais que a atenderam, dos colegas de leito e declaração sobre o que motivou ela durante o tratamento.

“Iniciei para motivar, mas foi envolvendo um e outro, todo mundo queria dar sugestão, queria falar. Falei das minhas dificuldades, falei de tudo, fiz um agradecimento, coloquei o nome de todos os pacientes que estiveram comigo. Proporcionei um ambiente de conversa, troca de intimidade”, acrescentou.

Toda luta contra a doença, os amigos que conquistou, as conversas e abraços dados durante a internação vão ser contados em um livro. Elisângela contou que, em breve, vai lançar um livro sobre o tempo em que esteve internada.

“Tinha ouvido muita história negativa do hospital, de gente que ficou internada. Mas, não foi assim. Fui muito bem tratada e conquistei muitas amizades”, concluiu.

G1.globo.com

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